De dez em dez metros, em alguns casos talvez de vinte em vinte,
vi pessoas a pedir dinheiro nas ruas. Umas de braço estendido, outras esperando
apenas, olhando para baixo, sem interpelarem quem passa. Pessoas de braço
estendido. Madrid sente nas veias o desemprego e a pobreza. Tanta gente a pedir
esmola…
Vi um palhaço triste. Não estava a actuar para as crianças. Nem
estava a fazer ninguém rir. Estava triste. Um homem vestido de palhaço, a pedir
esmola.
Estava sentado no banco alto de madeira, com um pé no chão e
outro na trave do banco de pinho claro. Sapatos vermelhos, tamanho 52 talvez.
Sapatos grandes, de palhaço.
Tinha a cara pintada de branco, como os palhaços. Um nariz
vermelho de palhaço. Uma peruca com caracóis verdes, amarelos e azuis, de
palhaço. Olhos meigos. Rugas no rosto.
No chão, junto ao banco de madeira, mostrava um cartaz
escrito em papelão. “Tengo hambre”. Hoje não consigo fazer-vos rir. Tenho fome. Dá-me um sorriso.
Excelente,parabéns !
ResponderEliminarDivulguei.
Luís Sérgio
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarObrigada pelo comentário. E agradeço também as amáveis palavras que escreveu no seu blogue "No Coração da Escola". É bom quando o coração está presente nas nossas vidas. Continue, por favor.
ResponderEliminarObrigada Luís Sérgio.