O Andrija fez anos ontem. Era o nosso primeiro dia completo no Alaska e a coordenadora local, Mara, tinha preparado jantar para os bolseiros. Depois de uma semana em Washington, com os dezoito bolseiros europeus, agora, no Alaska, somos apenas cinco: o Andrija do Montenegro, o Lars da Dinamarca, o Laszlo da Hungria, o Lode da Bélgica e eu. Formamos um grupo maravilhoso. Hei-de falar sobre cada um deles. Por hoje, apenas o aniversariante.
O Andrjia é montenegrino. Com tudo o que isso implica. É diplomata e, pela história dos Balcãs, já representou vários países. Tratamo-lo por Ambassador, carinhosamente. Prefere Andrija, simplesmente.
Alto, reservado, atento, calado, às vezes quase parece arrogante. E ele assume-o. Extremamente culto, sabe imenso sobre o mundo inteiro e quase tudo sobre Portugal. Conhece as tascas, a cortiça, os queijos, não gosta do Algarve, lê e fala português. Ouve música portuguesa, também fado. Lê o Público, está em destaque no seu Ipod. Gosta de café. Lê de Saramago a Pessoa. É um Pessoano. Distingue os heterónimos, fez os percursos da Lisboa pessoana e já leu os ensaios de António Tabucci sobre Pessoa. Diz-se um lusitanófilo.
A Mara preparou-lhe um bolo especial de chocolate (que há muito por aqui no Alaska – e do bom) com os parabéns em montenegrino: Sretan Rondendan. E seis velas de criança, era o que havia à mão.
Dei-lhe os parabéns em português. Falei-lhe do Chiado. E da saudade.
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