- Bom dia!
- Bom dia. Em que posso ser-lhe útil?
- Queria meia dose de amor.
- Como?
- Meia dose de amor, se faz favor.
- Meia dose?
- Sim, por favor. Para embrulhar.
- Meia dose não vendemos.
- Não?
- Não. Só dose inteira.
- Uma dose inteira de amor?
- Sim. Só vendemos doses completas.
- Humm… Mas isso assim não me dá jeito.
- Ora essa... Porquê?
- Porque vai sobrar. Não dou conta disso tudo.
- Claro que dá!
- Não, não. É imenso…
- Olhe que estou aqui há muitos anos e nunca nenhum freguês me
pediu só meia dose de amor.
- Pois, mas uma dose inteira é muito para mim. Não consigo mesmo.
Desculpe.
- Não tem nada que pedir desculpa. É assim mesmo. Estamos cá
para isso.
- Obrigada. Até logo!
- Adeusinho.
Ana, dose completa por favor!
ResponderEliminarÉ por ti que escrevo que não és musa nem deusa
ResponderEliminarmas a mulher do meu horizonte
na imperfeição e na incoincidência do dia-a-dia
Por ti desejo o sossego oval
em que possas identificar-te na limpidez de um centro
em que a felicidade se revele como um jardim branco
onde reconheças a dália da tua identidade azul
É porque amo a cálida formosura do teu torso
a latitude pura da tua fronte
o teu olhar de água iluminada
o teu sorriso solar
é porque sem ti não conheceria o girassol do horizonte
nem a túmida integridade do trigo
que eu procuro as palavras fragrantes de um oásis
para a oferenda do meu sangue inquieto
onde pressinto a vermelha trajectória de um sol
que quer resplandecer em largas planícies
sulcado por um tranquilo rio sumptuoso
Que maravilha... Que belo...
EliminarRespiração suspensa na leitura de cada letra, na força de cada palavra...
Que intenso... Que elegante... Que bonito...
Muito obrigada.
Madre mía...que preciosidad..ambos
ResponderEliminarObrigada, Marta.
EliminarO texto anónimo é, de facto, maravilhoso...
Hum!... It seems that love is in the air!... and in the grocery, too!...
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