Sempre tive atracção pelo Oriente.
Já viajei pelo Oriente, atravessando vários países, tenho lido sobre o Oriente, leio escritores orientais, vejo filmes de autores orientais e sobre o Oriente. E sinto que esse apelo vai crescendo. São povos imperiais, de culturas e tradições milenares com hábitos curiosos, sociedades interessantíssimas.
Há anos que leio livros sobre o Oriente, mesmo sobre os países que ainda não visitei. Lembro-me de, há quase dez anos, estar internada e o meu magnífico médico (do Serviço Nacional de Saúde, claro) e hoje meu amigo, me ter trazido uma História du Japam, assim mesmo em português antigo, depois de numa conversa, entre o soro e a medicação, ter partilhado com ele este meu prazer de viajar e o encanto pelo Oriente.
Desde o primeiro dia que comecei a frequentar o curso de Poesia Japonesa, em Abril, tenho andado num frenesim a tentar conhecer melhor a cultura e os hábitos japoneses. Não sei nada de japonês, o idioma, mas a poesia japonesa traduzida para português (às vezes do Brasil) ou inglês, tem sido um choque vitamínico, quase uma fixação.
Já encomendei uma pilha de livros nas livrarias e pela internet, já andei por Feiras de Livros e Alfarrabistas à procura de "coisas sobre o Japão", poesia especialmente.
- "Boa tarde. Não estranhe a pergunta, ando à procura de coisas esquisitas..."
- "Diga" - responde uma voz seca atrás de uns óculos amarelados - "nós, alfarrabistas, estamos habituados a tudo!"
- "Hayku. Quero tudo o que tenha a ver com Hayku."
- "Hummm..."
- "É um género de poesia japonesa."
- "Hummm..."
Já viajei pelo Oriente, atravessando vários países, tenho lido sobre o Oriente, leio escritores orientais, vejo filmes de autores orientais e sobre o Oriente. E sinto que esse apelo vai crescendo. São povos imperiais, de culturas e tradições milenares com hábitos curiosos, sociedades interessantíssimas.
Há anos que leio livros sobre o Oriente, mesmo sobre os países que ainda não visitei. Lembro-me de, há quase dez anos, estar internada e o meu magnífico médico (do Serviço Nacional de Saúde, claro) e hoje meu amigo, me ter trazido uma História du Japam, assim mesmo em português antigo, depois de numa conversa, entre o soro e a medicação, ter partilhado com ele este meu prazer de viajar e o encanto pelo Oriente.
Desde o primeiro dia que comecei a frequentar o curso de Poesia Japonesa, em Abril, tenho andado num frenesim a tentar conhecer melhor a cultura e os hábitos japoneses. Não sei nada de japonês, o idioma, mas a poesia japonesa traduzida para português (às vezes do Brasil) ou inglês, tem sido um choque vitamínico, quase uma fixação.
Já encomendei uma pilha de livros nas livrarias e pela internet, já andei por Feiras de Livros e Alfarrabistas à procura de "coisas sobre o Japão", poesia especialmente.
- "Boa tarde. Não estranhe a pergunta, ando à procura de coisas esquisitas..."
- "Diga" - responde uma voz seca atrás de uns óculos amarelados - "nós, alfarrabistas, estamos habituados a tudo!"
- "Hayku. Quero tudo o que tenha a ver com Hayku."
- "Hummm..."
- "É um género de poesia japonesa."
- "Hummm..."
Quem me conhece bem sabe que sou excessiva, de entrega total quando me apaixono por algo. É assim com a Rádio, com o Voleibol, com os Amores. E sinto que esta onda japonesa me está a contaminar. Estou a ser tomada pelo Hayku. Ando enfeitiçada pelo Japão.
E tomei uma decisão: vou ao Japão. Já para o próximo ano, espero. E será, sem dúvida, na época das cerejeiras em flor. Quero cumprir a tradição Hanami.
- "Hanami? Hummm...", diria o Alfarrabista.
- "É um acto de contemplação. O Hanami é o acto
humano de contemplar as cerejeiras em flor no Japão!", explicar-lhe ia
sorridente, condescendente, entusiasmada. - "Quero muito fazer isso!"
- "Hummm..."
Sentar-me no chão japonês. Sentir a terra nas mãos e o
fresco na pele. Ver as flores das cerejeiras de baixo para cima, seguindo a
força da terra. As cerejeiras brancas, rosadas, de pontas avermelhadas. Estender
as pernas, encostadas à pele da terra, relaxadas. As minhas pernas, também em flor.
Hanami. Olhar à volta. Despertar os sentidos. Agarrar a
memória. E olhá-las, mirá-las, fixá-las, descobri-las. Contemplá-las em
silêncio. Cheirá-las. Fechar os olhos, cheirar, ouvir, absorver, impregnar o
corpo e a mente com imagens de flores de cerejeiras.
O que dizem? E o que dizem àquele povo? Sentir o que
transmite a filigrana natural rosada, delicada, harmoniosa. Reflectir. Porque
renasce, a cada ano, a natureza. Sentir. Renovar o espírito. Hanami.
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