segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Comprei um carrossel

E dá voltas e voltas. E sobe. E a música embala. Giro. Girando. Ondulando. E desce. E curva. Gira. E as crianças riem. E o chocolate quente. O gorro de lã. A neve. E o frio. E a música de corda. E as vozes nas ruas. E ele sobe. E gira. E dá mais uma volta. Cheira a chocolate. E as luvas. E o nariz vermelho mordido pelo frio. E as gargalhadas. E as luzes nas montras. E mais uma volta. A caixa de música que se cala. O vendedor de caixas aproxima-se do balcão. As crianças calam-se. O vendedor, de avental verde. Sorri. Levanta a caixa com a mão esquerda. Gira o pulso. Firme, firme. Dá à roda mais uma vez. Mão direita firme. E mais outra e outra ainda. A caixa de música volta a tocar. Música mais rápida. As luzes mudam de cor. O avental verde afasta-se. As crianças riem. O chão gelado. E a tenda a vender crêpes. E a outra dos queijos. E o casal de pé a comer "escargots". Falam francês. Neve. Vidros salpicados. O carrossel parou. A música de corda também. O avental verde. Roda. Roda. Roda. Roda. Música. Cachecol. Nariz frio. Frio. Cheira a chocolate. Un chocolat chaud, s'il vous plaît! Não sinto as moedas. Dedos rijos. O vapor da minha respiração. Neve. Merci. Música. Comprei um carrossel.




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