segunda-feira, 31 de março de 2014

Impossível?

Apetecia-me escrever. Mas sobre o quê? Olhei para a janela e estava a cair uma chuvada cinzenta e pesada. Não, não vou escrever sobre o tempo. Parece conversa de elevador. Não faz sentido escrever sobre o tempo. Então, e esta chuva que nunca mais pára, já viu? É verdade. E está fresquinho, ainda por cima. Pois é. Nem parece primavera. Esta conversa, tenho com os taxistas que me levam ao som de fado popular para o centro de Lisboa. Não ia escrever sobre o tempo.

Mas apetecia-me escrever. Mas sobre o quê? Sei lá… Escreve qualquer coisa. Sim, sobre qualquer coisa. Mas tenho que escolher um tema ou um assunto de qualquer coisa, compreendes? Que disparate, é lá preciso pretexto para escrever? Pois eu acho que sim. Escreve sobre o teu fim-de-semana. Não, o que é que isso interessa às pessoas em geral? Interessa, sim. Diz o que fizeste, onde foste. Mas isso não é demasiado íntimo? Íntimo, como? É uma conversa banal. Podes falar sobre a exposição que viste no sábado, o concerto de ontem, o almoço naquela quinta gira, os passeios, sei lá uma história qualquer. Mas isso só me interessa a mim e pouco mais. Não interessa às pessoas. Estás terrível hoje…

Mas é que apetece-me mesmo escrever. Só não sei sobre o quê... Irra! Escreve! Pausa. Então?! Que tom é esse? Estás impossível de aturar. Eu? Bolas! Será da chuva?



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