quinta-feira, 30 de junho de 2011

O sol da meia-noite

Há um ano tive quase essa experiência em São Petersburgo, na Russia, quando em Agosto ainda apanhei as românticas noites brancas. E já nessa altura fiquei impressionada.
Hoje não havia nuvens no céu e decidi ficar à espera da meia-noite. Sem relógio, sem pressas, sentidos despertos, com os olhos postos no céu. Vesti um casaco quente, despejei café a ferver numa enorme caneca e sentei-me a contemplar.
É um azul, um cinzento, um prateado. É um rosado pingado junto ao mar. É um amarelo torrado entre as nuvens. E as nuvens mestiças cinzentas e rosa. E lá ao fundo as montanhas. Brutas, pálidas, brancas, brilhantes, imperiais, soberbas, exageradas. E a neve, delicada e sensível. E o sol da meia-noite metediço. E é o mar adormecido, contemplativo. E eu. Eu e o silêncio. E aquele sol que me espia entre as nuvens. E o mar que me escuta os gemidos. E o vento que parece querer dançar. Haverá mais bela criação da natureza?

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