Entrou pela janela e quase não fez ruído, como uma bailarina em palco que nunca se ouve quando toca no chão após o salto. Pousou delicadamente no soalho de madeira e esperou que alguém a visse, que alguém com ela se metesse. Ali ficou, aquecendo-se ao sol de Domingo, tranquila, em silêncio algumas horas. Descansava depois de ter bailado no céu, ao ritmo do vento, uma valsa de Outono.
Observei, desde manhã, como as folhas hoje bailavam nos ares. O céu azul de veludo enquadrava o cenário. Algumas nuvens brancas ao longe, poucas. O palco é o ar, sem barreiras, sem espaço, sem pontos nem contra-pontos. A orquestra é o vento que as leva pela mão.
O ar sopra-lhes por baixo, elas ganham altitude, rodopiam, viram-se, cruzam-se, entrelaçam-se. O vento vira. O ar transforma-se. A dança vira também. E montam uma coreografia criativa sem ensaios. E sobem e descem. E tocam o chão, desafiam quem passeia a pé, escondem-se nos canteiros e nas bermas e nos passeios. Perseguem-se e depois fogem. E o vento sopra do lado de lá e voltam a subir e baralham os pássaros. E tocam-se no ar. Leves, airosas, brincalhonas, atrevidas. E o vento sopra do lado de cá e dão mais uma volta, e outra e outra ainda.
Em silêncio, ao sol. E sobem mais alto e descem em espiral. Uma dança quase oriental, serpenteando. O céu salpicado de tons de castanho, amarelo, quase laranja. Parecem serpentinas vibrantes. Um ritual da natureza.
Como escolhem as folhas de Outono os seus pares?
Uma cansou-se. Entrou-me em casa. Só a vi quando, ao anoitecer, fui fechar a janela. Ali estava, no soalho de madeira, descansando.
Perdeste o teu par?
Observei, desde manhã, como as folhas hoje bailavam nos ares. O céu azul de veludo enquadrava o cenário. Algumas nuvens brancas ao longe, poucas. O palco é o ar, sem barreiras, sem espaço, sem pontos nem contra-pontos. A orquestra é o vento que as leva pela mão.
O ar sopra-lhes por baixo, elas ganham altitude, rodopiam, viram-se, cruzam-se, entrelaçam-se. O vento vira. O ar transforma-se. A dança vira também. E montam uma coreografia criativa sem ensaios. E sobem e descem. E tocam o chão, desafiam quem passeia a pé, escondem-se nos canteiros e nas bermas e nos passeios. Perseguem-se e depois fogem. E o vento sopra do lado de lá e voltam a subir e baralham os pássaros. E tocam-se no ar. Leves, airosas, brincalhonas, atrevidas. E o vento sopra do lado de cá e dão mais uma volta, e outra e outra ainda.
Em silêncio, ao sol. E sobem mais alto e descem em espiral. Uma dança quase oriental, serpenteando. O céu salpicado de tons de castanho, amarelo, quase laranja. Parecem serpentinas vibrantes. Um ritual da natureza.
Como escolhem as folhas de Outono os seus pares?
Uma cansou-se. Entrou-me em casa. Só a vi quando, ao anoitecer, fui fechar a janela. Ali estava, no soalho de madeira, descansando.
Perdeste o teu par?
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